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Educação Funakoshi

A Escada do Guerreiro – Educação

“A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior.” Platão Educação, um conjunto de hábitos e práticas que recebemos inicialmente de nossos pais e responsáveis e posteriormente, da sociedade. Buscamos assim o aperfeiçoamento de nossas capacidades intelectuais e morais, aliando exemplos de didáticas e métodos com boas maneiras como gentileza e cortesia, em um processo contínuo de aprendizado, formando o que conhecemos por cultura. A cultura é localizada em um país, uma cidade, um local. Em se tratando do karatê e sua origem, percebemos que há uma cultura envolvida que traz em suas raízes mestres de Okinawa, China e Japão, com aspectos morais e éticos como por exemplo, o Bushido, código de honra dos samurais. Essa educação que se transportou para o ocidente e chegou até nós, foi organizada para o nosso melhor entendimento por Jigoro Kano, o fundador do Judô. “A reputação de mil anos pode ser determinada pelo comportamento de uma única hora.” Provérbio japonês Assim, temos as vestimentas, a colorização das faixas e suas correspondentes graduações. As aulas são feitas no dojo, que é o lugar (jo) onde se busca seguir o caminho (do). Como parte integrante, existe o tatame e para entrar e sair dele há um ritual. Tudo isso em conjunto com o aprendizado trazido pelo Sensei, traz um conceito de educação. Essa educação é repassada aos alunos que absorvem o conteúdo e levam consigo o que é aprendido, transformando suas vidas. Ser educado, ter respeito e obediência são traços de comportamento perceptíveis nos praticantes de arte marcial. E assim como é no ditado: “Gentileza gera gentileza”, também é com a educação, pois uma pessoa educada é um exemplo, um espelho para todos nós. “O Karatê começa e termina com cortesia” Gichin Funakoshi OSS Rodrigo

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Modus Operandi Fé Paciência Obediência

Modus Operandi de Jó

Modus Operandi de Jó Modus operandi é uma expressão em latim que significa “modo de operação”, na tradução literal para a língua portuguesa. Esta expressão determina a maneira que determinada pessoa utiliza para trabalhar ou agir, ou seja, as suas rotinas e os seus processos de realização. O modus operandi é bastante utilizado para caracterizar o perfil das empresas. Falar do modus operandi de uma instituição, por exemplo, significa designar a maneira como esta realiza as suas funções. Todos os seres vivos, em particular o ser humano, têm seu próprio modus operandi, porém em diferentes graus: alguns mais organizados e metódicos do que outros, por exemplo. Paciência de Jó Há um tempo que venho acompanhando, refletindo e examinando a conveniência. Ela aparece em todos os níveis da sociedade, quer dizer existem diversos exemplos de conveniência. Algumas características do ser humano como a fé, a lealdade, o respeito, a obediência mostram o modus operandi de cada um. Examinando uma relação da conveniência e o modus operandi, lembrei de Jó. Este ser que habitou na Terra e que sempre é lembrado quando dizemos, por exemplo que certa pessoa tem a “paciência de Jó”. Mas o que é ter a paciência de Jó? Para responder essa pergunta, de forma empática busquei me colocar no lugar dele e fiz a seguinte pergunta: Como é ser Jó? As escrituras sagradas trazem alguns exemplos: uma pessoa considerada rica, de posses, com uma família boa. Ele era temente a Deus, portanto obediente, dono de uma fé inabalável, praticamente na convicção de que tudo o que acontece, tudo, tem uma explicação e um ensinamento cuja origem é Deus. Segui examinando, agora a compreensão de Jó. E na história de sua vida que se conta, mostra que ele é um ser obediente com as coisas de Deus, um aprendizado que mostra a paciência. Está na história! Jó perdeu seus rebanhos, suas posses, sua família, sua casa, foi acometido por uma doença, mas em todo momento esteve são em seus pensamentos e sentimentos, com a certeza de que se passava por tudo isso, era porque Deus tinha uma causa, tinha uma razão, um plano. “Deus sabe o que faz” Jó Em nenhum momento ele mostrou indignação, chateação ou seque ficou desanimado perante o que passava. Ele jamais se esqueceu de Deus, do contrário, quando perguntado se continuava a acreditar em Deus, também por conta de sua doença já em estágio avançado, ele não hesitou e reforçou que, se passava por tal situação era porque assim Deus quisera. Tempo depois, tendo cumprido essa árdua missão ele se recuperou, constituiu nova família e conquistou o dobro de suas posses. Um divino merecimento. Jó não buscou um culpado pelos problemas que lhe atingiram, não se fez de vítima, não reclamou. Ele fez o aquilo que eu vejo ser o certo: aguardou aquilo tudo passar. E por isso é lembrado. Paciência com as coisas de Deus. Pela paciência com que via as coisas acontecer, demonstrava sua obediência a Deus, e também por isso teve seu merecimento. Então, concluo que tenho que para melhorar minha condição atual, tenho que buscar praticar o modus operandi de Jó. Ser paciente com as coisas da minha vida, com aquelas que de algum modo me atingem, mas que estão dentro da sabedoria divina, para então ser mais obediente a Deus, aumentando minha fé, chegando na convicção. Fé. Paciência. Obediência. Convicção. Retidão. Deus. Abraços Rodrigo Sibut Vieira

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Objetivo, Shotokan

A Escada do Guerreiro – Objetivo

Hitotsu – karate-do no shugyo wa issho de aru Primeiro – o aprendizado do Karate é uma busca para vida toda NIJU KUN – GICHIN FUNAKOSHI Ser objetivo é ser claro e direto. Ter um objetivo é fazer o esforço para alcançar um propósito. O objetivo tem ligação direta com o nosso querer. É com ele que nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, formamos família, enfim fazemos nossas escolhas, planejamos e executamos a nossa vida. Um dos objetivos da nossa vida é ser melhor hoje, do que fomos ontem. Quando buscamos essa evolução como pessoa, o resultado é que nos tornamos pessoas melhores, sendo referência para outros que também estão nesse caminho, portanto o objetivo muda ao longo do tempo. Vejamos no karatê. O princípio é a faixa branca. É nela que a base está fundamentada e veja que interessante: o objetivo desse aprendiz é chegar na faixa preta, enquanto o objetivo de seu Sensei é fazê-lo entender e praticar a base primeiro para, na sequência, auxiliar o aprendiz a alcançar sua busca. Alvos distintos que se complementam. É importante ter objetivos na vida e mais: cumprir com eles, não importa quanto tempo leve. À medida que o aprendiz avança na sua caminhada, percebe o que o filósofo Sócrates disse há muito tempo: “Só sei que nada sei”. A vida é complementar e os objetivos vão sendo cumpridos conforme a caminhada. Importante frisar que o tempo de duração, nesse sentido, não tem grande importância, porém o aprendizado sim, junto com as transformações que acontecem ao longo da vida com aprendizado e objetivos traçados, completando assim a cadeia. Disciplina, Respeito, Ordem, Auto Controle, Resiliência, Persistência, Treino, Aperfeiçoamento, Equilibrio, Força, Perseverança, Qualidade de Vida, Filosofia de Vida e Dedicação. É com esses e mais alguns outros valores que alcançamos nossos objetivos no karatê e também na vida. OSS Rodrigo Sibut Vieira

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ZELO

Lao-Tsé – O Zelo

“Tome cuidado com o fim como você faz com o começo” Ao ler esse pensamento recordei-me a respeito do zelo. O fator que realiza essa conexão zelo <–> cuidado é a atenção, a importância dada nas atitudes, palavras, movimentos que faço em minha vida para que possa obter o resultado que estou esperando e querendo. Um dos grandes desafios na vida ainda após iniciar um projeto, uma caminhada, uma mudança é ter constância, perseverar no propósito até a conclusão da tarefa, o objetivo seja atingido, a vitória seja conquistada. Quando usamos do zelo, do cuidado, empregamos uma energia especial, mostrando o esforço e dedicação no inicio, mas ao longo do tempo à medida que se percorre o caminho ainda é comum outras forças aparecerem para atrapalhar a chegada ao objetivo. Tais forças estão ligadas à nossa imperfeição, sendo algumas delas: preguiça, procrastinação. É importante que se apliquem métodos de prevenção ou detecção nesse sentido. O que venho buscando aplicar comigo para mitigar e manter longe aquelas forças que atrasam: manter a disciplina através do cumprimento da palavra, ser pontual nas responsabilidades, com a consciência de que faço o melhor, portanto emprego o que tenho de melhor em mim para a realização dos objetivos. HITOTSU – MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO FIDELIDADE PARA COM O VERDADEIRO CAMINHO DA RAZÃO DOJO KUN Outra analogia que se pode fazer é a respeito da Lei Universal conhecida por Lei da Semeadura. Esse processo mostra que existem alguns passos inerentes, tais como: preparar, adubar, regar e cultivar. Numa ótica simples para plantar é preciso preparar e adubar a terra, na sequência plantar, regar e cultivar e depois de um tempo, colher. Contextualizando para a pessoa, o ser, seus pensamentos e ideias, suas ações, razões e vontades, pergunto: Quais sementes escolho plantar? Qual o terreno onde serão plantadas essas sementes? Que tipo de adubo devo usar? Como faço o cultivo? E rego com o que? Só depende da pessoa, a colheita? O importante é chegar no objetivo com a mesma energia, compromisso, responsabilidade, zelo e cuidado. Essa constância traz a prosperidade. Abraços, Rodrigo Sibut Vieira

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Professor Sensei LaoShi Dedicação

A Escada do Guerreiro – Dedicação

Hitotsu – Doryōku No Seishin O Yashinau Koto Primeiro – Criar intuito de esforço DOJO KUN Quando iniciamos qualquer trabalho, seja na forma de estudo, na execução de alguma tarefa ou ainda na prática de algum esporte, o sucesso alcançado depende diretamente da atenção e do esforço empregado, ou seja, da dedicação. A dedicação é uma expressão de amor, uma devoção, um desvelo. A dedicação é antagonista à procrastinação, à preguiça. É a dedicação que faz os resultados positivos aparecerem, tal qual o trecho da obra O Pequeno Príncipe expressa: “Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante”. Assim é a nossa vida, importante. Importante também é buscar por um caminho que possamos crescer em corpo, mente e espírito. O karatê é um desses caminhos. É com dedicação ao karatê que praticamos o autoconhecimento, onde praticamos o polimento dos movimentos do corpo, exercitamos nossa mente com o uso da inteligência buscando a melhor dosagem de força e velocidade para a aplicação dos movimentos, golpes e chutes, como também exercitamos nossa concentração, a fim de elevar nossa condição espiritual. Ao adentrar o tatame buscamos deixar de fora as adversidades que nos acompanham, e que de maneira alguma devem estar conosco no momento do treino. Dessa maneira, nesse tempo que estamos treinando corpo, mente e espírito de forma dedicada, estamos inconscientemente buscando por soluções para essas adversidades, ao mesmo tempo que estamos nos desenvolvendo e nos tornando melhores. “Somos o que repetidamente fazemos. Portanto, a excelência não é um feito, é um hábito.” Aristóteles A dedicação é componente fundamental em qualquer coisa que se faça, é o segredo que nossos avós possuem quando fazem aquela comida que só eles sabem fazer. A dedicação é a magia que acontece e toca nosso coração, mantendo viva a nossa memória. OSS Rodrigo

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Lao-Tsé e a Verdade

Lao-Tsé – A Verdade

“As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras” Para Lao-Tsé falar a respeito da verdade ele mostra as palavras que nos agradam e as que não agradam, no sentido de buscar identificar o que é a ilusão e o que é a realidade. Desde então séculos se passaram, porém até os dias atuais ainda há uma dificuldade em se desprender da ilusão e aceitar a realidade. O filme The Matrix traz uma cena onde o personagem Cypher, após ter traído seus companheiros, janta em um restaurante de alta classe e diz: “Sabe… Eu sei que esse bife não existe. Sei que quando eu o coloco na boca, a Matrix diz ao meu cérebro que ele é suculento e delicioso. Após nove anos, sabe o que eu percebi? A ignorância é maravilhosa.” Cypher mostra seu desconforto ao ter ciência da condição em que vive, quando afirma que o bife não existe, mas mesmo assim o come. Assim, eu entendo que Lao-Tsé já via igual situação acontecer em sua época e quis auxiliar registrando que é preciso seguir um caminho, que para evoluir como pessoa é preciso passar do estágio das palavras agradáveis para as verdadeiras, que fazem a pessoa descobrir a realidade da vida através do autoconhecimento, percebendo assim suas próprias falhas para então fazer o trabalho de corrigi-las. “A verdade não está lá fora, a verdade está dentro de você.”   Semelhante pensamento se vê neste ensino de Buda, que traz a consciência e o discernimento de que a verdade é o que temos em nós, mostrando sentido no pensamento atual que diz que “a verdade dói”. Ora, por que dói? Porque quantas são as nossas imperfeições e qual o trabalho feito, qual o esforço está sendo feito para se livrar delas? Aceitar a própria condição é um início de correção e não uma conveniência, como quem diz: “sou assim mesmo e não vou mudar…” ou ainda em relação a algum tipo de vício: “… não vou deixar disso, porque eu gosto.” “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim.”   Assim ficaram registradas as palavras de Jesus, em João 14,6. Estudando essas palavras em conjunto com as palavras de Lao-Tsé e de Buda, palavras de crescimento pessoal e espiritual, percebe-se que a salvação é possível, que através de ciência e conhecimento há como se livrar das coisas que não nos pertencem, mas que por alguma razão ainda carregamos, evidenciados como vícios de qualquer natureza, materiais ou comportamentais e é um trabalho que deve ser feito de maneira incansável, sem pressa, porém sem paradas. Os exemplos estão aí. Abraços, Rodrigo Sibut Vieira

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Filosofia de Vida

A Escada do Guerreiro – Filosofia de Vida

Segundo atribuído a Pitágoras, filosofia é “amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância”. Na visão do filósofo Mario Sergio Cortella, “filosofia é um modo de pensar – sistemático, organizado e metódico com questões precisas daquilo que se faz – para indagar sobre os porquês. E por que não é como. Quem pergunta como é a ciência.” O karatê é uma arte marcial que por sua origem é ligada à filosofia oriental. Quando o karatê veio para o ocidente, pode-se dizer que ele ainda passa pelo processo de adaptação cultural filosófico, portanto nesse sentido o karatê está ligado tanto a Pitágoras como ao professor Cortella, porque o karateca segue em busca da própria perfeição, com constância busca a sabedoria através do autoconhecimento de maneira sistemática, organizada e metódica. Sistemática porque em uma determinada atividade, age e segue exatamente da mesma forma, caminha em linha reta. Organizada e Metódica porque faz o que tem que fazer com muita organização, com método, uma maneira de ordenar a ação de acordo com certos princípios, valores, virtudes. “Os homens devem moldar seu caminho. A partir do momento em que você ver o caminho em tudo o que fizer, você se tornará o caminho.” Miyamoto Musashi   Esses princípios e valores são conhecidos no âmbito das artes marciais como Bushido, que é um código de conduta e modo de vida para os samurais (a classe guerreira do Japão feudal ou bushi). “O Bushido, significa a vida total do guerreiro, sua devoção a espada … Não é apenas um sistema de ética a ser seguido pelas classes sociais. É a estrada do cosmo, os vestígios sagrados dos Céus, apontando o Caminho”. – O Livro Dos Cinco Anéis. GI: Justiça e Moralidade; YUU: Coragem, Bravura heróica; JIN: Compaixão, Benevolência; REI: Polidez e Cortesia; MAKOTO: Sinceridade; MEIYO: Honra, Glória; CHUU: Dever e Lealdade; A filosofia de vida é isso, uma busca constante do indivíduo por ser uma pessoa melhor, se livrando de diversos males e sentimentos como a vaidade, a corrupção, o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme e que encontra também no karatê, a metodologia que facilita essa busca, no longo caminho da vida. OSS Rodrigo

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