“É fácil apagar as pegadas; difícil, porém, é caminhar sem pisar o chão”
Fiquei imaginando quando Lao-Tsé trouxe esse pensamento, considerando o local onde vivia, os costumes da época, inclusive o olhar e a prática relacionados indo além de corpo e mente, conhecendo o espírito.
Relembrando assim todos os momentos desde recém nascido até a melhor idade, quando chega a morte, o desencarne. Momento então que a pegada daquele corpo se apaga em definitivo.
É durante este intervalo (recém nascido <–> melhor idade) que aprendemos a caminhar, ao meu ver, de duas maneiras que se interagem: de modo material e de modo comportamental/espiritual.
Da primeira maneira, é como a grande maioria aprende: buscando o equilíbrio. Ficar em pé, caminhar e explorar os espaços até então desconhecidos. O ser cresce, vai à escola, pratica esportes, brinca, pula, estuda, se liga com Deus, namora, forma uma família, trabalha de acordo com sua aptidão, acumula seus bens. A idade avança e cumpre seu papel. Tudo isso não necessariamente nessa mesma ordem.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”
Tomé, apóstolo de Jesus perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?” Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.”
Jesus ensina que é por ele que se vem até o Pai. Ele é o caminho. Momento então em que se corrobora o pensamento de Lao-Tsé, alguns milhares de anos antes.
Quando o filósofo taoísta disse ser mais difícil caminhar sem pisar o chão, acredito que ele falou da vivência de experiências diversas no sentido de equilíbrio também, aprimorando o comportamento, o espírito buscando o polimento do caráter, da ética e da moral, do respeito, vivências essas que levam o ser humano a ser, em sua plenitude, honesto, sincero, verdadeiro, com firmeza e convicção que o caminho por onde caminha é o certo.
Na arte marcial existe também o caminho, conhecido por Do (Dô). Esse caminho tem o mesmo propósito de aprimorar o ser que pratica a arte, seja o Judô, o Karate-Do, Aikido e outras de origem japonesa. O caminho do guerreiro é conhecido por Budo, sendo que os samurais seguiam o código de virtudes morais: o Bushido.
No karate-do existe o Dojo Kun, são lemas que balizam a caminhada do aluno ao longo de sua vida dentro da arte marcial, cujo entendimento aprimora com o passar do tempo, conforme o grau de entendimento do aluno, mais adiante, do sensei.
E onde é que o aluno busca pelo conhecimento? No Dojo, em tradução livre, Lugar do Caminho, ou seja, é o local onde está o caminho do karatê, o caminho das mãos vazias, o karate-do.
E para você, como é caminhar sem pisar no chão?
Abraços,
Rodrigo Sibut Vieira
1 comentário em “Lao Tsé – A Evolução Humana”
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